O projeto baseia-se em duas condições especificas: por um lado nas necessidades do cliente, em busca de um espaço pequeno e intimo, e por outro, em um lugar pequeno, especial e precioso. A paisagem alpina domina o lugar: fica evidente a condição de um espaço privilegiado e único.
O conceito de tamanho é o guia do projeto. Grande é a terra, a paisagem; pequeno é o lugar, o espaço. Há uma relação mútua que inspira o processo de projeto. Qual é o papel da “habitação” na relação com a paisagem? Como reflete a paisagem, como “adota” à habitação? O ponto de vista muda em uma frenética busca do equilíbrio.
Um micro retiro para fins de semana, um lugar para a contemplação, uma casa de descanso de um dia agitado em uma condição urbana. Uma pequena caixa de madeira é colocada entre dois edifícios existentes. No interior, a madeira mostra sua natureza em tons cálidos, e no exterior, o tratamento superficial com pintura na cor cinza prateado remete as cortes dos bosques centenários dos edifícios rurais. Os painéis de madeira, montados com o desenvolvimento diferente da veia (horizontal-vertical), reagem à luz do sol, retornando a diferentes composições geométricas.
No exterior, quase em uma condição mimética, a nova fachada de madeira parece ocultar-se nas sombras da paisagem, para depois confirmar, com a luz do sol, sua presença, deslumbrante, lançando um sinal visível a uma longa distância. Interiormente, o espaço é convertido em um lugar privilegiado, com vistas à paisagem: espaços vívidos por curtos períodos consolidam sua condição de lugar “fechado”.
A luz, que reflete de maneira diferente nos painéis de madeira, muda a aparência das cores e tons, as vidas das fachadas desabitadas de sua própria vida. Finalmente, o projeto destaca outra ambiguidade: como um container de madeira, como móveis e decoração, trata-se de “um guarda-roupa na paisagem”. O projeto opera no pequeno tamanho, utilizando os dispositivos simples para encontrar uma linguagem contemporânea em contextos fortemente caracterizados pelo meio ambiente.